Eu tenho fome Eu tenho sede Eu só quero ser Humano Restos me alimentam E saciam minha chance de viver Cada dia uma luta Pra poder ver outro dia nascer Cavalo magro, pasto seco, seco a boca Queima o pé pra saciar A vontade do sertão de lá de longe Ver a chuva chegar Desce o morro, sobe rua Cai a noite, vira a lata pra encontrar O alimento do desprezo E a alegria de uma barriga roncar Sol na moleira, mexe a peneira Pede ao santo para ajudar É a gota do suor que mata a sede De um humano a labutar Do poder nem a lembrança Pouco resta da esperança de mudar Realidade diferente Do que ouvimos a promessa pregar Não viva pão e agua Pois não tenho pão e agua pra viver Saco vazio não para em pé E não tem força pra fazer acontecer