Menina do Mirante

Alfredo Marceneiro

Composición de: Henrique Rego
Menina lá do mirante, 
Toda vestida de cassa, 
Deite-me vista saudosa 
E um adeus da sua graça. 

A menina é o retrato, 
Sem mesmo tirar nem pôr, 
De quem me prendeu de amor 
Nas festas de São Torcato. 
Tem mesmo um olhar gaiato, 
Expressivo, embriagante, 
E essa boca insinuante, 
Onde a alegria perdura, 
É romã fresca madura, 
Menina lá do mirante 

Anda a brisa, com desvelo, 
Perfumada a lúcia-lima, 
A saltitar-lhe por cima 
Dos anéis do seu cabelo. 
Abençoado modelo 
De mulher da minha raça!... 
Pois toda a gente que passa 
Olha os céus e diz ao vê-la, 
A menina é uma estrela 
Toda vestida de cassa. 

O meu amor vá um dia 
À minha terra e verá 
Que do seu mirante lá 
É um voo de cotovia. 
Verá como se extasia 
Ante a paisagem formosa, 
Que se estende graciosa, 
Num encanto sem limite!... 
Caso aceite o meu convite 
Deite-me vista saudosa. 

No domingo há procissão, 
Com andores dos mais ricos, 
Bodo aos pobres, bailaricos, 
Fogo preso, animação. 
Lá encontra um coração 
Que de amor se despedaça, 
Portanto, a menina faça 
Esse coração vibrar, 
Dando-lhe um simples olhar 
E um adeus da sua graça.
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