Quando o sol nascente deixou ver No horizonte a ilha se estender Como um manto em tons de prata à luz do amanhecer A planura imensa do areal Brilhava como um espelho de sal E a brisa empurrou o barco ao meu ponto final Na branca rebentação Ondeava a solução Foi na ilha que aprendi a ler As estrelas e o céu de chover Contei luas e marés até adormecer Sonhei com meu norte cardeal E a surdez da minha capital Entre o vício e a virtude Entre o bem e o mal A insónia nacional Tempestade irracional Nos braços daquela solidão Longe do ruído do betão Apesar da humanidade e a sua ambição Decidi voltar atrás Desistir nunca dá paz A beleza insular Não chega sem partilhar