São assim as minhas horas Sem promessas, sem demoras Sem mentira, sem verdade Horas mortas e paradas Silêncio de madrugadas Em dias de tempestade Palavras que murmurei Padres-nossos que rezei Apenas por tradição Alegrias e prazer Passaram sem eu saber Por entre os dedos da mão Sou pedra de campa rasa Pobre cinza duma brasa Não sinto calor ou frio Um perfume sem incenso Foram-se os anos e penso Que tenho o corpo vazio