Água de prata, água de mina! Água do monte que vem da fonte Do chão, do largo do vintém! O povo diz que aquela água É milagrosa e é tão gostosa Como o beijo do meu bem! Passando um dia por Aquele logradouro! Curvei meu corpo pra beber No bebedouro! Caiu o meu cordão de ouro E quem pegou olhou-me Com um olho de namoro! E hoje, meu bem, dês daí Ganhei muito tesouro! Achei o amor, compus um verso Fiz um choro! Só tive boa couro quando provei Na minha boca dessa água do vintém! Água da pedra, água de mata! Água da serra que tem na terra Do chão, do largo do vintém! O povo diz de quem beber daquela água Não tem mais mágoa, nunca mais De mais ninguém! Aí, que água doce! Parece mel, pensei que fosse! De onde vem? O encanto que Ela trouxe? De que é feito Esse feitiço que ela tem? Aí, que água santa! Que mata a sede e o mal espanta! Quem não sentiu o seu gosto Na garganta, precisa então Beber da água do vintém!