Tupac já dizia Algumas coisas nunca mudam Algumas coisas nunca mudam Ai, são regras do mundão Perdi as contas de quantos escondem A bolsa se eu digo: que horas são? Taxista perguntam mais que policiais a mim Sim, indescritível como é ruim Nasci vilão só veneno Com o incentivo que me dão Errado tô se eu não virar memo Suor na cara, levando currículo, cara A pé porque onde eu moro, o busu não para Pé de barro, meio dia Inspirando piada nos boy, transpirando medo nas tia Hã, tudo é tão óbvio Cê não vê e vai juntando ingrediente da bomba relógio Eu sinto dor, eu sinto ódio É quente, sem nem saber o nome dessa gente Católica, de bem, linda Se já notou, e ó que eu nem falei a minha cor ainda Cê lá faz ideia do que é ver, vidro subir Alguém correr quando avistar você? Não, cê não faz ideia, não faz ideia, não faz ideia Cê lá faz ideia do que é ver, vidro subir Alguém correr quando avistar você? Não, cê não faz ideia, não faz ideia, não faz ideia Ai, ai, explica pra assistente social Que pai de gente, igual a gente Não sabe usar a mente, só o pau Que quem educa nóis, na escola estadual Joga na cara todas as manhãs que ganha mal Que é incrível Quantos de nóis sentam no fundo da sala pra ver se fica invisível Calcula o prejuízo Nossas crianças sonham que quando crescer vai ter cabelo liso Sem debater, fato Que a fama da minha cor fecha mais portas que zelador de orfanato Cê sabe o quanto é comum, dizer que preto é ladrão Antes memo de a gente saber o que é um Na boca de quem apoia, desova e se orgulha Da honestidade que nunca foi posta a prova Eu queria te ver lá, tiriça Pra ver onde você ia enfiar essa merda do teu senso de justiça Cê lá faz ideia do que é ver, vidro subir Alguém correr quando avistar você? Não, cê não faz ideia, não faz ideia, não faz ideia Cê lá faz ideia do que é ver, vidro subir Alguém correr quando avistar você? Não, cê não faz ideia, não faz ideia, não faz ideia