Sentei-me um dia junto ao tronco da figueira Que faz a sombra no terreiro do ranchito Pra contemplar a tarde linda que chegava E a cor de anil no azul do infinito Que coisas lindas sentir o cheiro do gado E o descampado cheio de flores silvestres Milhões de abelhas num revoado amorioso E o verde lindo que a pampa serve de veste Desceu a tarde, linda e mansa sobre os campos E o pôr do sol foi chegando a despacito A onda verde galopante dos trigais Embelezando mais esse solo bendito Então chegou a noite linda e estrelada E na calada só pirilampos se via Como estrelinhas rebrilhando em seus piscares Que só se apagam ao raiar de um novo dia Fiquei tão longe, tão distante de mim mesmo A contemplar a natureza sem igual Arranquei rimas e poemas deste peito Aonde pulsa um coração xucro e bagual Só peço a Deus em minhas súplicas ardentes E a rima quente do meu verso com afago Quando chegar a fria morte sem clemência Não me deixe morrer longe do meu pago