Meu sonhos todos Se foram embora Em debandada E o violão que é de casa Não fez nem caso E tomou seu lugar Mandando polcas E chacareras Falou besteiras Só pra saudade animar Se não fosse a alma Encarangada com a geada Te garanto, hermano Eu mudava os planos E seguia as pegadas Faz mais de dias Que a judiaria se acomodou Pestiou a guaiaca Acabou as plata Que se juntou E eu já venho há tempo Tirando uns tentos Pra um laço novo Botando retovo Nas coisas velhas Que tenho aqui Ajeitando os arreios Um mango, um freio Que é pro guri Arrumando os apêro Que o dia vinte já tá aí Se não fosse a alma Encarangada com a geada Te garanto, paysano Até o fim do ano Amansava a gateada Volta e meia já me vem o violão E, num aperto de mão, já me faz tocar Vem de longe e me puxa E eu desligo a gaúcha Que o violão vai mandar Eu toco e rio à toa Que essa vida é bem boa E a gente tem mesmo É saber se viver Eu toco e rio à toa Mesmo que os sonhos de casa Descubram suas asas E se mandem por nada Eu toco e rio à toa Cuidando o meu mundo da volta A alegria se solta Em debandada