Chapéuzito retovado, tapeadito contra o vento Arreio mal apertado, laço sovado nos tentos Reponta o gado campeiro, balanceando num fiador Floreando o baio estreleiro, e abanando o tirador Firmando as rédeas trançadas, da um beliscão com as esporas Grita, chama a cachorrada, e abre pro lado de fora Cuida um terneiro perdido, que da mãe leva apartado Sabe de qual foi parido, não vai deixar extraviado As vez se lembra da linda, que lhe-espera num ranchinho E logo que a lida finda, volta cheio de carinho Imagina um piá mais novo, fazendo arte alvoroço Longe das baldas do povo, tropeando gado de osso Fazendo outro costado, dom juca num redomão Ladeia o corpo pra'um lado, da uma ajeitada com a mão É nessas horas que o potro, aceita o tirão que ensina E o domero alcança outro, no serviço que arrocina Assim os ciclos se alinham, e o mundo do mensual Segue os rumos que encaminham as precisões de um rural Essa é a gente que sustenta, com esforço e pouco luxo A condição que alimenta, o valor de ser gaúcho Porque aqui nessas constâncias, desse meu pago sulino Sempre haverá um peão de estância, cumprindo com seu destino Chapéu tapeado na fronte, levando o pingo no freio E abrindo o peito em reponte, n'algum fiador de rodeio!