Portela abre a tela não'avenida A sessão vai começar A Cinelândia entra em cena O filme da memória vai rodar Retrato cantado de um povo Nas ruas, cafés e salões Cenário de encanto e boemia Tribuna livre das paixões A saudade vai rolar Sob a luz da poesia Nesta Broadway popular É a Portela, diva da folia Cinelândia, estrela maior da cidade O seu olhar são letreiros Que brilham de felicidade Lirismo dos antigos carnavais Teatro de romances imortais Arte nas arquiteturas Fontes que jorram cultura Babel eterna, vida a pulsar No Bola Preta, na mesa de um bar Hoje e sempre, ela é do povo Como o céu é da águia e do luar É um Rio de amor, é um mundo a girar No meio da praça Hoje eu vou me acabar, sonhar e cantar Com a Portela que passa