Eu desaprendi a ser eu Não penso mais como eu Coexistem aqui Duas versões de nós Que já perdemos a voz Tão cansados, tão sós Fingindo sorrir A todos que passam Por tantos caminhos eu fui me perder E em nenhum deles encontrei você Gritando socorro, queimei meu pulmão Cantei pra mim mesmo frente à multidão Em nenhum momento eu pude ter paz O medo se prende ao que a gente faz Não tenho assunto com os meus amigos Se falam, finjo que não é comigo Eu busquei ser tão frio Quando ouço elogios Não sei reagir E acho que querem me enganar Ou então, me confortar Todos com pena no olhar Dando graças a Deus Por meus dias não serem os seus De tanto achar que o dia vai chegar Que eu vou ser do time que sabe ganhar Rasguei calendário, não queria ver O dia e a hora certos de me render E hoje, do alto dessa embriaguez De tanto esperar chegar a minha vez Eu sinto que a busca está chegando ao fim Meus sonhos, tão altos Até para mim