Comprei vinte e cinco alqueires Bem lá no meio do mato Fui coçar barba de onça Picadas de carrapato O sertão era grilado Por valentões desiguais Enfrentei o Sol e a chuva E bravios animais Depois que eu plantei a roça E fiz a minha casinha Começou chegar jagunço Pra tomar tudo que eu tinha Me queixei pro delegado Mas ele não atendeu Resolvi brigar com eles E ficar no que é meu, ai, ai Eu fui muito ameaçado Pra deixar aquele chão Quiseram acabar comigo Na bala, foice e facão Mas a minha carabina Era muito mais ligeira Fiz jagunço comer fogo Beber água na peneira Enfumacei a baixada Com a minha papo amarelo Pra defender meu direito Enfrentei muito duelo Quem pisar no que é meu Grande risco vai correr E se só tem uma saída Matar ou então morrer, ai, ai Não sou nenhum desordeiro Pra sofrer tanta tortura E também não sou posseiro Tenho minha escritura Derrubei muitos alqueires No baque do meu machado Fiz brotar tiguera verde No lugar do meu roçado Pulo cedo no meu eito Tenho Deus e muita fé Quiseram acabar comigo Mas ainda estou de pé Esses grileiros de terra Tiveram uma triste sina Mas eu defendi meu sítio No coice da carabina, ai, ai