Este é o horizonte sujo, parça (parça) Monte seu bonde e faz sua caça (caça) Siga por onde esse bonde passa (passa) Rô, a rua abraça Sou rejeitado pelo meu perfil (viu?) Filho da puta não admitiu (e riu) Bota a cara na pista Vista a camisa, depois se assista Horizonte sujo anda (anda) Os moleque liga-liga, desanda Bate no rádio: “Cadê os parça da função?” Estica dois, desce três caixa e me dá um latão Foda memo realidade pura, salve, salve, cultura Quem diz lutar pela rua doa de abrigo a rua Sem rótulo, mente aberta, clareza Pode até perder a noção, mas continua dono da própria cabeça Guerreiro que luta só com espada tá fudido Facilidade sim, mas não pra vencer o inimigo Aqui o clima é quente, frio e sem sentimento “Senhor, guarda meus irmãos nesse horizonte cinzento” Propaganda e sujeira pra todo lado Traficantes disputam clientes com soldados Aqui se vende mais drogas do que livros Televisão tem mais audiência que escolas Alguém pede esmola, pastor enriquece Prefeito promete, eleitor esquece O meu povo carece de informação Pergunte quem eles conhecem: Marighela ou Faustão? Enquanto isso a bola rola no Mineirão Pra quem fica em casa, novela é a distração Alienação propagada via Globo Me sinto um selvagem neste Admirável Mundo Novo Eu vejo a maldade num belo horizonte Cadê a bondade? Por favor, me aponte Pois estou a cegas numa justiça cega Que prende quem não arrega e protege quem te nega Sou negado, intransigente, demente, sem semente Sangue caliente nesta terra fértil, quente Onde cresce os filhos da rebeldia Noite fria, anistia, anarquia Sorria! Cê ta sendo enganado Cortado sem anastasia pelo safado eleito Desse jeito eu rejeito, nunca aceito Não terá o meu conceito, este é o meu preconceito Preconceito formado Fdp, sem proceder, não vou ceder Não vai dar nada pra você Dá pra entender, no horizonte cinza propicio a choro As cores estão mortas, mesmo assim eu as coloro