Isso tudo pra mim é um inferno Eu tô começando a crer nessa tese De nada vai valer isso tudo Se não tiver amor, então foda-se sua prece Tem uns dias que scank se foi Eu não consigo acreditar Sono não vem, ficha não cai A rua perdeu mais um basquiat Você escolhe o passo Escolhe o destino Também escolhe o estado genocida que tem Não vem com essa de fogo amigo Político é inimigo Ladrão de terno é a pior raça que tem Meus ancestrais resistiram, sobreviveram Por mais esforço que eu faça ainda é pouco irmão Por isso deposito o coração nas linhas Não dependo de partido Foda se sua opinião E, eu, sigo pelas ruas banhado de ódio Trago nos ombros peso dos irmãos mortos Lembranças, vidas, sonhos, tudo interrompido Mataram um dos nossos Uma luta cada dia infinita A rua me fez sangue nos olhos Vai desculpando meu jeito de ser As vezes nem eu me suporto E, eu, sigo pelas ruas banhado de ódio Trago nos ombros peso dos irmãos mortos Lembranças, vidas, sonhos, tudo interrompido Mataram um dos nossos Uma luta cada dia infinita A rua me fez sangue nos olhos Vai desculpando meu jeito de ser As vezes nem eu me suporto Eu só peço que nunca me falte amor Que não me falte disposição na guerra Quantas vezes vocês miraram na minhas costas? Quantas vezes vocês erram? Ninguém aqui vai ficar pra semente Tô aprendendo isso desde cedo Meus irmãos, pato, tom, elton, hebert Muitos outros que partiram sem medo Que morreram cedo A lágrima ainda pinga no retrato Primeiramente ter vergonha na cara O nosso sofrimento nunca foi teatro Nem, trampolin eleitoral Aonde educação nunca é prioridade Nos assassinam em quantidade Segue fechando escolas por toda cidade E, eu, não me vejo livre Esse lacre de empoderamento é falso mano Vocês coloca preto no clipe Mas no fim das contas se casa com marido branco Meu mano surto, morreu de depressão Nesse mundo aonde o like acompanha solidão Duvido muito que meus ancestrais Teriam cara de pau de entregar flores pra policiais E, eu, sigo pelas ruas banhado de ódio Trago nos ombros peso dos irmãos mortos Lembranças, vidas, sonhos, tudo interrompido Mataram um dos nossos Uma luta cada dia infinita A rua me fez sangue nos olhos Vai desculpando meu jeito de ser As vezes nem eu me suporto E, eu, sigo pelas ruas banhado de ódio Trago nos ombros peso dos irmãos mortos Lembranças, vidas, sonhos, tudo interrompido Mataram um dos nossos Uma luta cada dia infinita A rua me fez sangue nos olhos Vai desculpando meu jeito de ser As vezes nem eu me suporto