Saudades da época de infância Que no rosto estampava a alegria das crianças Tempo que não volta mais De um mundo que ficou pra trás É triste dizer, lamentável chorar Pessoas que se foram sem dizer adeus Demonstrava no olhar solidão destrutiva Uma perda sentida que ficou amargada Uma veste na face não apagada Sentimentos mútuos e verdadeiros Pensamentos múltiplos e derradeiros De querer, estar. Imagina você A visão, pessoas que se vão, depressão Momentos vividos, lágrimas, sorrisos Lembranças dolorosas, algumas até boas Isso que importa Jogar fute, pipa ou pião Só me lembro das fitas que escutava Era Facção, o som estralava o rap tocava Quebrada é quebrada em qualquer lugar Rap Original, Gangsta! Querer, querer se envolver não é poder Pra sobreviver nesse campo minado Onde pessoas se iludem Globo e SBT mostram a visão Fracasso, novela, relatos, burguesia Favela, atos, guerra fria Sistema auto dominante. Exagero por aqui, não! Ignorante com razão, situação mal definida Casa hospital comida vidas destruídas Culpa (ham!) estatística concluída Isso que é foda Gueto acorda! Denúncia, carência, jugamento, ocorrência População perseguida, situação conclusiva Sobrevivência, atos suicidas, carreira farinha Adolescência bem instruída ao topo Mas não ao topo do mundo Nascer, morrer, crescer sem futuro nesse mundo obscuro São marcas que ficam na memória Como a vida de muitos que viveram pra glória Vai ficar na memória uma vida de glória Isso que é história Não apagada da mente Uma veste rasgada de mais um sobrevivente Olha só ao seu redor, veja só, que da hora Praça Orobó lotada há essa hora Domingo de manhã, chuteira no pé ilustrada; a várzea domina a área Derrota decide; ponta firme; quem paga a cevada, mais uma rodada Família função reunida (salve!) Dois minutos tô na rua zika Maloqueragem em peso Tudo normal Zé porva procurando história, caçando um erro Maloca consciente profissional Rôle suave e light, JPD a sigla Minha cidade. Festas populares brasileiras nordestinas Quermesse da Vila, Continental, Paróquia Rua da Vitória da Conquista igreja nossa senhora aparecida Numa dessas alegrias tristeza. A rua fria, vazia Habitat mais que natural, arapuca policial armada Predadores embaixador das dores Vingador auto declarado da madruga Salve Elton, esteja em um bom lugar Querido por familiares amigos Bom filho Por aqui irmão jamais será esquecido Quem é que paga? Impunidade paga! As mães que choram paga O demônio de farda trabalha, ceifando almas colhendo lágrimas E a justiça para os meus por aqui se cala É impossível raciocinar tentar acreditar O que provém do bem se faz refém do inimaginável oculto Corrupto confuso aluno graduado em túmulo Da guerra sem escrúpulos Antes dele do que minha senhora de luto Tempos antigos que voltam na mente Passado é passado então bola pra frente Passam-se os anos, lá vão mais manos E merda da história nunca é diferente Isso da mente não sai (não sai) Muitas lembranças atrai (e vem mais) E se tá no meu nome a rima, o microfone prepara Que lá vem mais de quem vos traz JPD minha vila Com meus manos faço mais um som Sempre assim? Como eu queria Mas nunca tem só o lado bom Sempre atento, eu sempre tento Me manter longe do perigo Mas no mundo à minha volta A maldade faz parte, então não consigo Desde moleque, observo A resenha E o caminho que aqui muitos trilham Aprender com os erros alheios É uma habilidade que uns adquiriram Malandro velho desde pequeno Foi assim que aprendi com meu pai Mas a maldade do mundo é forte Não basta ter sorte é com fé que se vai Em cada click clack, é um baque na mente É um choque de desfibrilador É Mate sem Cheque, pessoas presentes Se ausentam e só resta dor Vejo olhos sem brilho, se vai mais um filho Da quebra que assim vive em guerra Num puxar de gatilho, seguido de um tiro Mais uma história se encerra