Te vi, e sem querer, quis Tão perto, e ainda assim tão distante Antiga profecia teatral Desejo doce, instante amargo Previu eternidades, mas aprisionou um momento Falou quase nada, disse muito Conjurou mundos, criou distâncias Se sabia, nada fez Se mentia, fez melhor Ou pior Ou, talvez, somente antecipou os finais infelizes que sempre vê em seus pesadelos Olhos firmes, passos leves, na dança do desprezo Foi presságio ou só desejo? O futuro escrito numa página rasgada De um livro aberto, com fim imediato Se foi nada, doeu Se foi algo, escondeu Se era sonho, morreu No engano de um profeta