Certa vez encontrei dona mocinha esperando o namorado que custava a chegar Moça atraente debruçada na janela espiando a molecada no terreiro a brincar Vi tanta gente amontoado num batente onde mal sobrava espaço pra “mode” eu sentar Um frio danado desses de bater os dentes que arrepiava aquela gente mas ninguém saiu de lá Foi de repente, escutei uma “zuada” eu logo corri pra fora pra “mode” eu olhar Um “móI” de gente correndo pra um acidente que tinha acontecido lá pras bandas de um “currá” Quando eu olhei, virgem maria nossa senhora, é o namorado de mocinha que ela tava a esperar Ele foi morto pelo tal do delegado o miserável tão safado não ficou pra se explicar Refrão Não deixe, não deixe, não deixe a chama se apagar Não deixe, não deixe, antes da noite acabar Não deixe, não deixe, não deixe a chama se apagar Não deixe, não deixe, antes da noite... Mas o coitado ele foi morto inocente porque era preto e pobre e não tinha carro para andar Foi confundido com o danado do bandido que estava encapuzado pra sua cara não mostrar Mas o bandido era o filho do prefeito e o miserável não foi preso porque seu pai foi lhe soltar Quem “se lascou-se” foi o homem preto e pobre e mocinha agora sofre com dois filhos pra criar Refrão Não deixe, não deixe, não deixe a chama se apagar Não deixe, não deixe, antes da noite acabar Não deixe, não deixe, não deixe a chama se apagar Não deixe, não deixe, antes da noite...