O galo canta e me vejo aqui sozinho Com vários ao redor e teu olhar na minha retina No coração se crava a dor como um espinho Que sem flor não tem perfume, destroça, desbaratina E eu que disse que tava contigo no que fosse Vacilei mais de uma vez Não como Pedro nessa analogia, mas fazendo a conta fria Já te neguei bem mais de três Ouvi o que vinha mais das minhas vaidades do que as tuas verdades E assim meu coração se enchia Quando transbordou esse engano em minha mente me fazia Ver que sem você minha vida é vazia Confiava muito em mim e somente em mim Tu me conheces mais que eu mesmo Mesmo eu dizendo que não negaria tu olhou pra mim E sabia, foi lá e pagou o preço No decorrer quem é real não deixa falha, ajunta e não espalha Não abandona um dos seus Eu tão miserável, ser tão deplorável que Ele me chamou de amigo e neguei o Filho de Deus Ledo engano achar que a graça dá salvo conduto Pra pecar de tudo quanto é jeito e achar que tá suave Faz a oração hipócrita sem arrependimento Mas com fingimento que resolve o entrave Vai dizer que cê nunca pensou assim? Mente de patife! Dizemos crer no Soberano, mas pensamos E agimos diariamente como se Ele não existisse Queremos mesmo é nosso bem estar Pensamos nisso e nada mais! Chegar ao extremo de negar sua palavra dizendo Que ela já anda confrontando até demais Nesse erro eu não caí (nesse aí não) Mas tropecei em outras pedras E se não fosse teu olhar de amor Eu tava no terror em amargura condenado a densas trevas Em meu quarto escuro, pensamentos obscuros Que pra ti estão em radiante claridade Me engano, mas eu não te engano com meu fingimento E aparência de bondade (tu vê minha maldade) Não dá fugir do teu olhar e pá Nem minha mente escapar Minha vontade de verdade era não envergonhar teu nome Mas o que mais sei fazer no mundo é errar Na roda de escarnecedores assentamo Ali já negamos a ti Quando piadas desprovidas de graça Zombavam do Soberano em troca de ver alguém rir Sem temor nos comportamos, muito mal nos portamos E o sagrado profanamos diariamente É mais difícil ver a culpa que há nos outros quando Então, vemos a trave no nosso olho e na mente Tua palavra me corrige e nivela com o que revela Me acerta, é um santo prumo Ainda erro, mas tu me conserta e se a minha alma flerta Com falsos caminhos tu me mostra o rumo Em desespero um coração amargurado De um nem tão fiel soldado, mas que sabe quem tu é Não João Batista, nem Elias, mas o Cristo filho do Deus vivo Consumador da minha fé Tu me amas? Me perguntas e eu digo que sim Depois de agir como quem não te conhecia (Ágape) Tu me ama mais do que mereço Meu amor num é nem um terço, nem migalha do que deveria Vou aprendendo com que tu ensina dia a dia Até chegar o dia em que tudo passará Em ti seremos incorruptíveis, glória ao pai eternamente Agora o galo pode se calar