Caminhos escuros, imaginados por alguém, caminhos de flores Caminhos escusos, que não são bons pra ninguém, caminhos de dores Caminhos bonitos, caminho das drogas, caminhos de horrores São Caminhos sofridos, mas não importa, pois também tem os seus valores A seta indica, aponta e te mostra a direção do caminho Indiscreta te obriga a não se dar conta de seguir o teu destino Os olhos não enxergam, a mente dorme e o coração não sente Caminhos se atropelam e a gente sofre, no turbilhão inconsciente O caminho da tarde serena, onde impera a calma do silêncio O caminho que invade e queima, disseca da alma o tormento Caminhos onde se perdem da vida os anjos da infância Caminhos que florescem na caída do choro da esperança Caminhos trilhados, vividos, sob a sombra do seu passado Sozinho, ilhado, com o inimigo que te assombra com seu cajado O caminho da cruz, que te da a luz, que te cega, te lambe e seduz Anjinho de capuz, que ora, que induz e te injeta no sangue o puz Caminhos tortuosos, bem quistos, mal ditos por serem de riscos Caminhos inglórios, bem ditos, nem sempre vistos, porém vividos No caminho a estrada, o moleque, parado no tempo sem beira nem eira Sozinho, na risada o chiclete, no conhecimento, folhas secas e areia Quantas vezes eu sofri pra te dizer, Que os caminhos desta vida Quem escolhe é você O abstrato inalcançável, A busca infinita Você parou por quê? Me diz ! Aqui é a Boca Maldita Caminhos de guerra, das conquistas humanas, morte, o caminho da paz Caminho das trevas, da rotina mundana, da sorte no destino que ali jaz Caminho do crime, do amor, do peregrino que paga promessa Caminho da estirpe, da dor, caminho da bala que vem na sua testa Caminho da redenção, caminho da forca, caminho sublime que dói Caminho do vilão que abatido pela força, sozinho revive o herói O caminho dos cordeiros mortos, que o pastor ressuscita com seu sino O conflito, o fuzileiro, os corpos e o furor do israelita contra o palestino O caminho do pai, do filho e do espírito santo, o abismo de rosas O espinho que sai, sofrido, doido, no pranto do filho que vai embora Melancolia profunda, insana, covarde, implacável, A covardia imunda, profana, que arde, inflamável O caminho do diabo, vindo até mim e fazendo a sua proposta No cantinho agachado um lindo querubim, querendo ouvir minha resposta O caminho de casa, na madrugada, noitada, o canto do sabiá Dormindo na sala, cansada, esgotada, de tanto te esperar O caminho dos ratos que seguem a flauta, que arrebanha a massa humana Dormindo acordado, preso na jaula, é estranha essa raça mundana Caminho da liberdade, a busca infinita e afinal, ser livre de que? Caminho sem finalidade, sem vinda sem ida e afinal, ser livre pra que? Quantas vezes eu sofri pra te dizer, Que os caminhos desta vida Quem escolhe é você O abstrato inalcançável, A busca infinita Você parou por quê? Me diz ! Aqui é a Boca Maldita