Amar é ter coragem de abrir o peito pra o que a vida há de entregar Viver é ter vontade de sentir o gosto amargo e doce que é se encontrar A Inácia da Márcia, a Márcia da Inácia A Inácia da Márcia, a Márcia da Inácia Não sei se a vida é curta demais não Nem é pra isso que eu costumo reparar, João Eu olho pros mares, pros bares, altares e lares, lugares, colares, pras conchas do chão Penso nas mulheres, na faca, na mala, na balsa, no álcool, na pele e no perdão Lembro das cadeiras, certeiras, cartelas, cadelas, na ponta amarela do dedo da mão Penso no engasgo do peito, no craque do jogo, no Vasco, na fumaça escondida e no balão E olho pro céu lá no alto, duas estrelas de lado, miro e peço por proteção Ah, a coragem da Márcia Ah, a bondade da Inácia Ah, a loucura da Márcia, faz graça na praça com a massa Ah, junto com a fé da Inácia, na casa, na brasa, na cara e na raça Amar é ter saudade de sentir no peito o passo do coração Cantar é ter vontade de sentir de novo compasso forte em forma de canção