Meu rancho tapera, ripa de taquara Grampeado com pontos de cipó goinbé Esteio cravado de cerne de aroeira Coberta e cunheira, capim santa fé Cresci fiquei moco, depois fui embora Te deixei la fora e vim pra cidade E hoje ao retornar, chorei ao te ver Só encontrei você palanqueando a saudade Ao dar oh de casa, logo imaginei Que os velhos donos, há anos morreram Perto do arvoredo, só encontrei formiga E a cerca caída no velho potreiro Refresquei o rosto com a água da sanga No pé de pitanga, cantava um sabiá Me sentei no cepo que o papai mateava Lembrava o passado e comecei chorar Voltei ao passado, bateu a saudade Por não encontrar meus pais lá no rancho Só vi no terreiro, guanxuma e valeta E a chaleira preta erguida no gancho Eu graças a Deus fui um filho correto Meus velhos partiram não levaram queixa Pra aquele ranchinho que foi meu lugar As vez penso em voltar e a saudade não deixa