Morreu peão Constâncio Vão silenciando as corujas Nas terras de Catuçaba Tem patrão com as mãos sujas Nas terras de Catuçaba Tem patrão com as mãos sujas Ainda ouço os estalos Ossos de gente quebrando Chicote e riscar de talhos Não é animal apanhando Esporas e facões quentes Buçal da morte nos dentes Perdeu a vida vingança Por reclamar seus direitos Terra, pampas e esperança Mas peão só presta a cangalho Ou se não cansa no jeitos De se matar no trabalho Vagueiam mulher e filho Sem enxadas e sem casa Constâncio morto é semeado Vem dormir em cova rasa Que um dia sempre nasce Como fogo vem da brasa