De dois a galo, como chega? Em pouco tempo Como vicia?! Como cega?! Ele era bom, pô Vendeu até o antigo sega, então junta tudo Compra daquela que segrega, yeah yeah De três a quatro vezes na semana Geladeira vazia e cinzas de cigarro pela cama Derrama, derrama Em jogo a amizade, quem o ama Não empresta mais grana E ninguém sabe como essa doença foi pegar Se é de dentro pra fora, ou se foi dentro do bar Só tô narrando mermo Quem sou eu pra julgar? Porque amanhã só Deus sabe qual será meu lugar Separação? Problemas com famíliares? Más companhias? Solidão? Curiosidade São várias história, várias idades Cadê aquele cara? Hoje te vemos, mas temos saudade Se, ainda sim alguns te busca Agora o que era onda já se transformou em luta É sempre rua escura, silêncio e porta trancada O cigarro queimando no copo e outra Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada (É um programa de recuperação Para pessoas que sofrem da adicção Desejo parar de usar drogas e a se manter afastado dela Meu nome é márcio, sou adicto da recuperação Servindo hoje como secretário dessa reunião Convidamos a todos os presentes Para fazermos um instante de silêncio Pelo adicto que ainda sofre Seguido pela oração da serenidade Um estante de silêncio pelo adicto que ainda sofre, oração Deus conceda-me serenidade Para aceitar as coisas que eu não posso modificar Coragem para modificar aquelas que posso E sabedoria para reconhecer as diferenças Só por hoje) Voltamos a era das pedras O vapor gritou tem verde, tem branca e tem amarela Meus olhos se enfeitiçaram logo naquela Dourada, que deu pra comprar com algumas moedas Cresci no morro da pedreira Meu pai, ele era pedreiro Nós com carrinho de mão, puxando brita na favela A tia de lá gritou, o polícia atirou Caiu um corpo no tijolo, e o sangue pela terra Era o início da tragédia, nós no meio da miséria O que eu fiz com minha velha Vocês nem fazem ideia Nos rins ela tinha pedra, doente e diabética E ainda tinha um filho merda Que roubava a bolsa dela Pedindo ajuda no trem, mostrando a receita médica Próximo a seropédica, Deus foi e levou ela Quando eu cheguei no barraco Já tinha até enterrado Eu tava a 3 dias virado na rua fumando pedra Sem dinheiro pro aluguel, eu fui morar com tia neia Sempre fazia uma média, prometia que ia mudar Ela saia cedinho pra trabalhar de doméstica Peguei a panela elétrica e vendi pra ir fumar Ela chego do trabalho, disse que ia cozinhar Que ia fazer um arroz, pa gente poder jantar Começou procura a panela Panela não tava lá Olhou pra mim, entendeu tudo e começou me esculachar Eu já na noia da droga, não sabia o que falar Empurrei ela com força, com a cabeça no sofá Ela sangrando no chão, já começou a chorar Mandou eu sumi do morrão antes do meu primo chegar Os vizinho ouvindo os gritos, também começou gritar Passaram o rádio na boca e começaram me caçar Avisou a tropa toda O primeiro que me encontrar, pra me levar até o patrão Pra gente ir desenrolar Fui na casa do meu cunhado ele não deixou eu entrar Corri pra dentro da mata pra eles não me matar Quando eu cheguei no meio do mato já tava os caixa baixa Com madeira, umas pedra, e muita cara de raiva Quando eles me espancava, o diabo observava Quando eles me espancava, ele dava gargalhada Só lembro de lá no fundo eu ouvir umas palavras Quem não tiver pecado atire a primeira Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada, pedrada