O batuqueiro está morto E eu sei quem matou É que por causa da pão-invisível A mão-invisível vendeu seu tambor O batuqueiro morreu E ninguém enterrou Avisa o Francisco que a banda passou Mas não tem mais coisas de amor pra falar E nem era uma banda de verdade Era mesmo um bando de homens com armas Cuspindo na cara da gente Que a guerra tinha chegado A gente já tava por aqui De pão invisível Sonho invisível De vida invisível Agora a gente tinha que engolir uma bala Bem visível no coração de quem não merecia morrer Senhor nós não podemos comer tamborim Prezado ouvite meu Morra pela sua nação Prezado ouvinte meu Morra pela sua ração 27 anos é muito tempo de vida Diz o engravatado com 89 E depois da morte do batuqueiro Os engravatos fizeram um filme sobre a vida dele E ganharam muito dinheiro em cima Comemoraram o sucesso de bilheteria Estourando champanha e comendo carne Numa daquelas mansões da Bela Vista E convidaram o pobre filho Do pobre batuqueiro Para alegrar um pouquinho a festa Hino nacional Sem aval tribal Sem aval tribal Pediu pra matar Matô