Desafinam as cordas quando velhas Toco ainda por cima da ferrugem Crio fora do tom novas aquarelas Requenguela quer barulho zumbido Um piche no muro Com areia nunca fez um castelo Feito os elos ainda bem menino No golzinho usava dois chinelos Moleque catimba jogava marimba de pedra Na telha do vizinho Se mãe gritô, chinelo cantô Se mãe gritô, chinelo cantô Estiquei linhas na trave na quadra Mãos de cuia temperam os fios brancos Graças ao cerol tem pipa avoada Tem a meninada alegre correndo É pura arruaça Se mãe gritô, chinelo cantô Se mãe gritô, chinelo cantô Era um Deus que andava de chinelo Os adultos não me compreendiam Ora bolas rapaz mais indigesto O seu manifesto no rock no escuro tossindo Fumando bagulho Se mãe gritô, chinelo cantô Se mãe gritô, chinelo cantô Minha bilha no bolso e meu pé solto Com poeira de barro, lama e lodo Palmo-deu 'tô na búlica, meu pato' Se falar de mãe leva um sopapo nos córno Pra ficar ligado Se mãe gritô, chinelo cantô Se mãe gritô, chinelo cantô Minha rua foi janela do mundo Que o primeiro olhar não se desfaça Oferenda com a mãe boto na praça Merenda qualquer o menino traçava pivete Nunca fez pirraça Se mãe gritô, chinelo cantô Se mãe gritô, chinelo cantô Essa turma que era da pesada Pra tocar campainha dos vizinhos E correr com sorrisos em disparada No pequeno mundo que eu tinha tudo me bastava E eu nem tinha nada Se mãe gritô chinelo cantô Se mãe gritô chinelo Se mãe gritô chinelo cantô Se mãe gritô chinelada Se mãe gritô chinelo cantô Se mãe gritô chinelada Adeus, mundão, é meu violão Adeus, mundão, é viola na mão Adeus, mundão, é meu violão Adeus, mundão, é viola Viola Viola na mão Adeus, mundão, é meu violão Adeus, mundão, é viola