Só quem é mãe será capaz de entender O bem querer de quem um filho protege E os imprevistos nos fazem compreender Que ao viver Deus é quem manda e quem rege Nossa senhora da conceição do passado Local vizinho aos campos de cima da serra Fazenda onde se ouvia um choro pesado E cairia o pranto de uma mãe na terra Mariana chama, mas o filho não retorna Ensina a reza que bom filho à casa torna Negra mariana seu filho não te escuta Mais essa dor em uma vida de lutas? Mãe-preta chora e qual mãe não choraria? Firme esperava qual mãe não esperaria? As noites passam e aos seus braços não retorna Mariana negra mais desgostosa se torna Ser mãe, sendo escravizada, é ter garra e ousadia! Mas assumir a perda de um filho, abriu o seu peito para a dor que invadia! Mãe-preta mariana, o teu amor maternal, até hoje, todas as mães irradia! E sua lenda virou canto, que hoje eu decanto nesta melodia! Qual o alento que uma escrava merece Quando padece o seu coração materno? Mariana chora e sua reza oferece Seu pranto desce no chão gelado do inverno No sofrimento da negra pobre escrava A dor cravava fundo um punhal em seu peito Mariana morre e Deus a acomodava E reza a lenda contada assim desse jeito Quem bebe a água que um dia virou fonte Fica de fronte onde chorou a escrava Negra tão brava que enfrentou seu destino Sentindo a perda do seu único menino O chafariz que hoje se encontra na rua Nos faz lembrar da negra que sob a Lua Lavou a terra com seu prantear profundo Tornou-se lenda na história de passo fundo Em um Brasil de outrora onde a escravidão era vigente Mãe preta mariana, viu seu único filho desaparecer de repente E quem bebe de sua fonte talvez se torne um pouco mais consciente De que, perante os olhos de Deus, a cor da pele não nos faz diferentes