Sorvi meu mate e nem bem a aurora Como quem não demora veio se aprochegar E a brisa orvalhada do verde do campo Traz pro rancho acalanto com sereno no ar O rio lento e manso sacia a sede Do flete de encilha pastando no chão E o vento pampeiro me trouxe a geada Me molha os olhos e esfria o meu coração Quem pode dizer aonde estará O amor que eu vi e que ninguém mais verá? Se o peão se foi só posso dizer Que o rancho está ainda sem bem querer E o catre vazio não é de ninguém Se não do moreno que um dia, quem sabe não vem? Quando a tarde cabocla de um cinza tão fundo Se encerra no mundo eu o sinto chegar Montado no flete plantando sorriso Com seu olhar preciso tão trigueiro a mirar O vejo com a cuia morena do mate Que com a aurora meu peito esquentou Se sorvo tão quieta em manhãs tão solita Devo ao gosto lavado do mate que há muito amargou Quem pode dizer aonde estará O amor que eu vi e que ninguém mais verá? Se o peão se foi só posso dizer Que o rancho está ainda sem bem querer E o catre vazio não é de ninguém Se não do moreno que um dia, quem sabe não vem?