Embora me custem lágrimas Sorrindo vou pela vida No mar das desilusões Sou a gaivota perdida Do pinho sou a saudade Nos versos melancolia Alguém não teve piedade Me abandonando um dia No desnível desta vida Sou poesia, sou canção Sou brisa na primavera A carícia do sertão Sou vaidade na orgia Debrucei-me na boemia Por culpa de um coração Vagando mundo afora Criticado, admirado Servindo como escoras Das angústias do passado Poeira, chuva e frio Abatendo por este chão Às vezes vem escritas Em para-choque de caminhão Neste calvário sou mártir Sou alegria na dor Choro na cidade grande Lembranças do interior Se querem saber quem sou A gaivota que chorou Eu sou a falta de amor