Pudera eu saber A localização exata De onde foi que me perdi Então eu poderia voltar Com corda Com tempo E quem sabe com companhia E tirar-me do fundo Do fundo Do poço Daqui eu me ouço Se fico calado Me vem aos ouvidos A voz que conheço De outra versão Outro eu Mesmo endereço No canto de boca No meio do corpo Às vezes, sorriso Em outras, soluço Por isso eu começo a pensar no retorno Dois passos Dois metros Dosi dias Dois anos Dois mundos Mas que se foda Pois só há um plano E pede para não abandonar Não deixar para trás Até mesmo as versões de mim Que sangraram Gota por gota Até drenar toda gota de vida E agonizar Junto Perto Ao lado Dos dias azuis que se foram pra sempre Então, é melhor eu deixar bem claro Que se hoje Amanhã Quinta-feira ou depois Alguém der falta de mim E perguntar meus porquês Não me seja porta-voz Não dê notícias Nem conte Sobre o quanto eu fingi que aguentava Por hora Eu não me vejo Sendo mais ou sendo o mesmo Sem voltar E me dar a mão Sem pôr o braço em torno do meu próprio ombro Olhar no meu olho (No fundo do meu olho) E sem qualquer receio Dizer pra mim que de onde vim Eu permaneço de joelhos Mas não é porque tive fé Esse placebo idiota de quem terceiriza sonhos Eu estou de joelhos Porque juntar cacos de vida Cacos de memórias E cacos de desgraças Exige mais do que ritos Do que preces Do que vontades Por regra A única regra Ainda é continuar e atender A criança que eu fui E que me pediu pra ser feliz de novo