Corações em trânsito, cruzando o mesmo chão Dois mundos quebrados, buscando conexão Ela com silêncio, ele com explosão Mas no meio do caos, nasceu compreensão Longe do filho, separado da missão Sentado no bar, afogando a solidão Copo na mão, alma em suspensão Dois anos de eco, sem direção O tempo passava, mas nada mudava A vida em reprise, só o copo dançava O mundo gritava, mas ele não escutava Só o vazio que o peito abraçava Até que um dia, ela cruzou o caminho Baixinha, discreta, sem olhar vizinho Cabelos escorridos, pretos, sem espinho Passava firme, sem desvio, sem carinho Corações em trânsito, cruzando o mesmo chão Dois mundos quebrados, buscando conexão Ela com silêncio, ele com explosão Mas no meio do caos, nasceu compreensão Seis meses de espera, só na observação Ela era rotina, mas virou inspiração Ele não sabia, mas sentia a vibração Algo nela acendia sua imaginação Um dia se cruzaram, sem querer, sem ensaio Ela triste, recente perda do pai no balaio Conversas surgiram, sem pressa, sem atalho Dois corações quebrados, no mesmo trabalho Trocaram mensagens, palavras com calor Até que um beijo selou o novo sabor Não era paixão, era algo com valor Respeito e carinho, sem medo, sem rancor Ela calma, como nuvem em dança lenta Ele intenso, como rima que arrebenta Ela sensata, com fala que acalenta Ele brincalhão, alma que representa Ela trazia paz, como brisa de manhã Ele articulado, como verso que se ganha Dois opostos, mas com mesma façanha Construindo afeto, sem perder a manha Hoje vivem juntos, cada um no seu lar Mas os corações já não sabem se separar Ela é o silêncio que ensina a escutar Ele é o grito que aprendeu a amar Corações em trânsito, cruzando o mesmo chão Dois mundos quebrados, buscando conexão Ela com silêncio, ele com explosão E no meio do caos, nasceu a união