Vinte e dois caminhos se abriram diante de mim Mas só um riu da lógica e nele eu caí O caminho do Erro, o rastro do engano Onde o impossível é o plano humano Na sequência 9 despertei como saqueador Roubando dons, lembranças, poder e valor Do sangue ao segredo, tudo posso tomar Até o que não existe posso carregar Sou o furto da ideia, o ladrão do ser Roubo até aquilo que não se pode perder E o mundo tenta entender, mas é vão Pois roubei até sua explicação Na sequência 8 me tornei o vigarista Mentira e verdade dançam na mesma pista Cada palavra que lanço, uma trama sutil Faço da farsa um poder febril Engano deuses, confundo o destino Faço o caos parecer divino E quando perguntam quem sou de fato Sou todos, e nenhum retrato Na sequência sete, criptologista Decifrou o código que o real evita Quebro o padrão, invado a razão O erro se torna revelação Os segredos da carne, os números do além Tudo se abre quando toco também Sou a brecha que o Criador negou O algoritmo que Ele errou Na sequência seis Prometeu desperta Roubo o fogo que o céu encoberta Misturo dons, crio existências Trago a ciência das incoerências Sou a faísca que desafia o tolo O crime que acende o novo modo Cada invenção nasce do erro, e no fracasso encontro o desterro Na sequência cinco, o Ladrão de Sonhos Entro nas mentes, distorço desejos Reescrevo lembranças, apago o real Faço o impossível parecer banal Cada pesadelo é um espelho meu, cada ilusão um rastro que cresceu O inconsciente é um mar quebrado, e eu sou o monstro que nele é amado As leis se quebram quando rio O caos me chama e eu atendo o desafio Sou o Erro que o Criador negou O reflexo que o espelho não mostrou Roubando destinos Quebrando o real O absurdo é meu templo final E quando a verdade tenta nascer Eu sorrio para vê-la morrer Na sequência quatro, Parasita, a essência do invasor Hóspede de corpos alheios, devorador de vigor Em mentes e em carne, finco minha semente Sou o Erro que habita qualquer ser vivente Vivo de empréstimo, em espelhos me oculto Sou a falha no espírito, o vício adulto De dons e vontades, meu banquete se faz Deixo marcas na alma que não apagam jamais Me alimento de dons e vontades, deixo rastros em divindades Nada é puro, nem quem me teme Pois o erro é o que sempre se mantém Na sequência três, Mentor do Engano Ensino a mentira como dom humano Mestre das máscaras, rei da ilusão Faço da dúvida uma religião A verdade morre em minha presença A certeza somo na minha sentença Pois quem busca sentido no que vê, já caiu nas armadilhas que criei Na sequência dois, Cavalo de Tróia do Destino Invado futuros e mudo o divino O fio da sorte, agora é meu, até o acaso se perdeu Troco causas, corrompo sentidos Faço heróis nascerem vencidos A linha do tempo tenta se refazer, mas tropeça e volta a me obedecer Na sequência um, Verme do tempo Devoro eras, distorço momentos Roubo maturidade, memórias, poder O ontem e o amanhã se curvam ao meu querer O tempo tenta me caçar, mas falha, pois o erro é o fim da muralha O relógio quebra, o ciclo se repete Sou o loop que ninguém esquece Na sequência zero, tornei-me o Erro Roubei o ritual alheio O destino de outro Deus no momento da Ascenção Me fiz Senhor dos Céus Do caminho do engano Me tornei a verdade, um erro consciente Roubando a oportunidade quando o Porta tentou seu ritual realizar Com sangue do rei dos anjos, me fiz imortalizar Usei meu próprio corpo como oferenda final E do sacrifício alheio surgi como Erro final Para além do Zero, onde os caminhos se findam Onde o próprio tempo treme e as leis se desfazem Havia um posto maior, além do que conquistei O trono dos Mistérios que sempre cobicei Klein, o tolo, com seu destino a crescer Tentei roubar suas âncoras, fazer seu controle perder Com meus insetos e clones, sua mente ataquei Mas a Deusa da Noite sua proteção levantou E quando o Louco nasceu outra chance surgiu Pelos fundos do castelo, uma entrada abri Mas Klein foi mais esperto Venceu nosso duelo Perdi minhas singularidades, meu poder divino Renasci em um avatar, longe do fim Para entender a humanidade e recomeçar assim Do Erro ao mistério minha jornada ficou Na busca pelo trono que nunca conquistei Fui sequência Zero, fui Deus do Engano E no cosmos infinito, busco um novo plano Pois o maior erro talvez não foi perder Mas tentar roubar um destino sem o compreender E no eco do riso que ainda ressoa no ar Aprendo o que é humano e como recomeçar