A gaveta que abri Me abriu a ferida Restos guardados Poeira da vida Ah, é só isso que dá Freqüentar meu passado Num papel de cigarro A promessa indevida Fica estranho pensar Que hoje é o resto da vida Ah, tua sombra lilás Meu olhar desbotado A foto apagada A carta escondida O ano na agenda A flor esquecida A caixa do nosso bombom O velho cobertor Uma concha vulgar Lembra a praia perdida O teu sabor de sal Uma onda bem-vinda Ah, ainda o gosto do mar Ah, ainda gosto um bocado Fecho a gaveta verdade Tranco a dor que há em mim Ah, ainda o gosto do mar Ah, ainda gosto um bocado Já que eu não mato a saudade Vou fazê-la dormir