Balseiros catarinenses Quando o sol beijava as águas do rio comprido Ao som de silvidos despertava a natureza E em meio à pureza do matiz verde bravio Sob azul anil ele vinha com destreza Era o balseiro descendo por essas margens Ao som de folhagem e canto de passarinho Superando espinhos controlando a balsa larga Transportando a carga através desses caminhos Desbravava fundo as silvestres matas virgens Vencendo vertigens de ferozes correntezas Com tenaz firmeza zelava pela madeira Transpondo barreiras superando as tristezas Balsa carregada com o cedro nas pranchadas Carga organizada que na água não tombava Se o céu descambava do nada em chuvarada Fazia parada pra retomar a jornada O passo dos índios território em disputa Quando houve lutas até com os castelhanos Rusgas com hermanos não se apagam da história Estão na memória do povo ao passar dos anos E o contestado em feroz guerra sangrenta Como uma tormenta que a balsa quer afundar Fez aqui sangrarem teus filhos catarinenses Gente como a gente que esta terra viu tombar Balsas e balseiros destinos pioneiros Homens altaneiros vencendo saltos selvagens Com garra e coragem cruzavam pela fronteira Nas águas ligeiras que guiavam as viagens Sob um sol a pino de mormacento calor Com tino e vigor antigos catarinenses Com jeito pungente na honesta atividade Deixaram saudade na memória desta gente Viva! Veio a enchente, cantou o poeta um dia E a melodia toca o coração da gente O homem ciente não esquece do passado Preserva o legado deixado para o presente Antigos balseiros do ontem ainda vivem E aqui convivem na lembrança resgatada A letra contada pra sempre fica na mente E traz ao presente balseiros catarinenses