Num quarto de ronda dos tropeiros Fundou-se o começo dessas paragens Nas taipas do continente das lagens Ressoam antigos cantos povoeiros Enfrentando invernos com vento frio Fincaram raízes teus desbravadores A antiga “nova póvoa” se expandiu E hoje a exalto entre os cantores O licurgo costa foi quem falou Tuas araucárias são eternas E o poeta sapecou um verso Ao olhar tuas taipas e taperas E os bravos do teu povo serrano Os “bois de bota” entraram pra história Renovando a alma do lageano Plantando a raiz serrana na memória Tomar um camargo é tradição Gentis são teus filhos, princesa da serra Três coisas de valor possui tua terra Cavalo crioulo, prenda e chimarrão Encilho meus versos mateando no frio E a galope eu cruzo o rio caveiras Cantando avisto hasteada a bandeira Da lages serrana do sul do Brasil Meu verso nativo já pode ecoar Nas rodas de mate ao fogo de chão E o povo da serra já pode cantar A raiz serrana com gaita e violão Meu canto liberto como a gralha azul Que leva consigo no bico o pinhão É um chamamento nesta sapecada Que convida a todos ao mesmo refrão