Quando estamos a sós, sinto música no ar Parece que os Anjos cantam, os pássaros em suaves vôos rasantes Nos vêem, começam a dançar... Sinto tuas mãos seda, quem sabe veludo? Ousadas a me apalpar... O céu silencia, quando, quimeras adolescentes Corre! Se esconde, sobe árvores não te encontro Sinto seu riso no ar... Convido-te para socorrer-me pois logo o sol vai escurecer Apenas ri...gosta de me provocar... E na ânsia deste amor que me invade, Me sufoca... E, como uma queimada destruindo à mata Me consome e eu atônito corro desesperado Te grito... Explico o tempo que desperdiçamos para o amor E de novo ri sarcasticamente, como criança diz: Vem me pegar? E como um cão farejador procuro, te acho...te deito no mato e ficamos Os dois em silêncio ouvindo a voz do vento, tão quietos como vigias Noturnos ou pássaros na sombra, recolhidos ao mesmo galho, mas Juntos no ninho, em paz procurando um caminho, cruzando outro caminho Que se juntam no mesmo sentido, procurando um mesmo lugar... Nossas mãos silenciam, não mais ousam, ficamos inertes... nossos corações escuto! Antes reprimidos, agora arquejantes, querendo saltar pela boca Estamos um no outro, como se estivéssemos sozinhos...