Todos querem 'tar na boca do povo e viralizar Todos querem as estatísticas de quantos visualizaram Mas quantos viram os sinais daquela miúda em depressão Quantos tiraram do time um coche pra estender a mão Pergunto, quantos são os que dão de si próprios por um brada Ainda pouco ou nada custe Quantos de nós olham pra cada irmão? Que se sente frustrado de afeto bastardo Sorriso falso por fora, por dentro, peito e mente destroçados Sozinho mata-se aos bocados, muitos se sentem perdidos à espera de serem reencontrados Mas ninguém olha pro lado, toda a gente olha de lado Se falta tudo, é que tu sentes a grandeza de um bocado A menina tinha sonhos, não escolheu ser filha de um monstro Violador insano capaz de lhe usar o corpo Madrugada de janeiro, sexo forçado aos socos Madrugada seguinte, pondera se atirar ao poço Mas bota fora a dor, aguenta, deita-te, ora e dorme Amanhã volta e conta de novo a história E na hora vê quem ouve, afoga-te nesta pouca sorte Ajeita-te, corra, morra ou conte com ajuda do teu senhor Porque aqui mais ninguém se importa Mas bota fora a dor, aguenta, deita-te, ora e dorme Amanhã volta e conta de novo a história E na hora vê quem ouve, afoga-te nesta pouca sorte Ajeita-te, corra, morra ou conte com ajuda do teu senhor Porque aqui mais ninguém se importa Toda a gente tá a travar uma batalha difícil Mas quase nunca vemos as pessoas tal como são Imagina te desesperado no topo de um edifício Tudo o que querias é que alguém tivesse prestado atenção Que alguém te tivesse dado a mão antes que fosse inevitável Antes que fosse impossível fazer frente à gravidade Depois disso o chão é juiz do tribunal da depressão Frescura pra quem não tem ideia do tamanho da pressão E nisso foi-se a Jéssica, foi-se o Chester e agora a Sandra Foram-se jovens com muito pra dar Se lembro, o peito sangra mano Vidas se vão com o vento e dizer lamento não repara os danos 100% de arrependimento não nos dão o livramento Porque somos todos culpados Responsáveis uns pelos outros, a todos é imputado o peso Assassinos dos mais fragilizados, cada pedaço de preconceito Gera um novo amputado ego Sim, nós somos todos culpados Responsáveis uns pelos outros, a todos é imputado o peso Assassinos dos mais fragilizados, cada pedaço de preconceito Gera um novo amputado ego Peraste a miúda, filmaste, depois postaste mano Agora és o mais lixado, aposta ganhaste mano Ouviste a voz do demónio, agora acorda mano Porque ela suicidou-se ontem com uma corda, mano Filmaste a miúda e espalhaste na tropa toda, mano Agora és o mais lixado, aposta ganhaste mano Ouviste a voz do demónio, agora acorda mano Porque ela suicidou-se ontem com uma corda, mano Peraste a miúda, filmaste, depois postaste mano Agora és o mais lixado, aposta ganhaste mano Ouviste a voz do demónio, agora acorda mano Porque ela suicidou-se ontem com uma corda, mano Filmaste a miúda e espalhaste na tropa toda, mano Agora és o mais lixado, aposta ganhaste mano Ouviste a voz do demónio, agora acorda mano Porque ela suicidou-se ontem com uma corda, mano