Dois irmão, duas adagas, dois cavalos a relinchar Dois irmão, duas bandeira e dois lenços a vibrar No vazio do descampado, virações em cada olhar Dois irmãos e duas cores a pelear Os olhares frente a frente, temporais no coração Tem a fibra de sua gente esquecida no rincão Nessa hora a morte pulsa pelas armas em suas mãos Nessa hora a morte busca cada irmão Vem a carga cerrada a fera vence a razão Pois a cavalhada desaba em disparada E o sangue vai jorrar por nada Vida, morte, grita a lei do mais forte Os homens não sentem medo Valentes tombam ao chão Um amanhecer mais rubro dessa vez No quadro que a adaga fez Dois irmãos, mesma origem Dois destinos a cumprir Lenço branco e colorado Já ostentam mesma cor Duas lágrimas correndo No olhar de quem tombou Duas lágrimas correndo por amor Num ranchito beira estrada outras lágrimas virão Num olhar triste de geada que ficou lá no rincão Os soluços de uma mãe, murmurando uma oração Perguntando para Deus por onde estarão