Eu ouvi alguém dizer Que tem saudade do sertão Eu ainda moro aqui Minha casa e no grotão Pertinho de uma lagoa Na frente um ribeirão Um rancho tabuado grande Onde eu trato as criação Levanto ao cantar do galo Tiro leite no mangueirão As vacas todas berrando Zurrando forte o burrão O boi eu trato no cocho Com muita satisfação Depois de fazer o queijo Vou cuidar da plantação Encho uma cumbuca de água Fresquinha do ribeirao Ponho almoço no emborná Torresmo, arroz e feijão Eu pego firme no eito Fazendo a capinação As plantas crescem viçosa Verdejando o espigão Depois desarmo o monjolo Para socar no pilão Descasco café em coco Limpo arroz amarelão Lá no moinho de pedra Tem farinha e fubazão Tico tico e as rolinha Come as quirera no chão Quando a tarde vem chegando Bate forte o coração A Lua brota no céu Vem trazendo seu clarão Numa rede de taboa Eu faço minha canção Com a viola nos braços Eu espanto a solidão