Imagem dessa hora mansa Em que, distante, descansa Aquela veste encarnada Aquela veste encarnada Era um doce manequim Moreno-rubro em cetim Um manequim que pensava Muitos nãos e pouco sim Havia a vitrine oblonga A casa do manequim De veste encarnada e longa Cílios de longo nanquim Os sorrisos coloridos E os dentes (leite e jasmim) Imóveis nas formas vítreas Na prisão do manequim As contas de musgo e vidro Dos olhos do manequim Rolaram dentro do abismo De um amor, num botequim Escapam falas, detalhes Do sofrido manequim Nessa hora cansada e mansa Que bate dentro de mim