Eu que não sou mais e nem melhor que ninguém Quem sou eu para ter razão, ainda que tenha fundamentos? Eu tive razão, aliás, as minhas razões Mas eu preferia ter paz Não tive nenhuma das duas Lamento! Quantas postais não foram discadas? Quantas mais descargas das minhas mancadas? Tantas foram as vezes que eu recebi seu sermão e perdão Desde a Feira Art coleciono mágoas Sentir dor faz parte, eu leciono aulas Sem te ver foi algo ruim Álcool no rins Sem questão Nesta cidade serena Nessas ruas tão vazias Te recitei meus poemas Te perdi pra toda vida Eu não tive razão Eu não tive razão Eu não te vi, razão Eu não te vi, razão Não tive razão Não tive razão Não te vi Não tive razão Eu não tive razão Eu não tive razão Eu não te vi, razão Eu não te vi, razão Não tive razão Não te vi Ooh yeah Nesta cidade serena Nessas ruas tão vazias Te recitei meus poemas Te perdi pra toda vida Eu não tive razão Eu não tive razão Eu não te vi, razão Eu não tive razão Eu não te vi, razão Eu não tive razão Eu não tive razão Eu não tive razão Não tive Não tive razão Eu não te vi razão Eu não tive razão Eu não te vi, razão Eu não tive razão Ooh yeah Não te vi Com ou sem você São tantos atravessamentos Mas sem você o desencanto tomou conta O canto de início era em tom Maior O encanto ficou em perigo Aquele que nunca teve morada ficou sem abrigo E meus poemas foram declamados em tom Menor Estou aqui despido de tudo pra dizer que fracassei Segui fazendo tudo sozinho Mas não consegui fomentar o caminho adiante Diante de tudo Me senti exausto Não fui forte o bastante E me rendi a razão Era pra ter sido mais emocionado Está tudo errado Nada mais fez sentido O que senti foi só dor Ausência Discrepância E muito vazio Nada novo sob o Sol Não declamo essa em Si Bemol Me desmoronei Percebi que erros além de desculpas Precisam ser corrigidos Descarreguei tantos tiros E hoje estou munido de todas as munições Te desapontei Te decepcionei E me senti culpado Sem júri me defino assim Mas somente diante da minha presença Diante dos outros já se ausenta a esperança Quando criança quebrei meu próprio senso Hoje adulto não existe perdão que eu aceite Pode existir a razão que for Pode coexistir a emoção que eu vou Diante do sentimento a razão foi feita de enfeite A minha, porque a sua ainda está intacta E eu como um cacto, prefiro o que me aquece E nada daquilo que me enaltece O pedestal eu deixo pra você Eu não tenho razão, apesar de ser racional Eu delimitei quando deveria expandir Eu me calei quando deveria falar E me fechei quando deveria me abrir Ironicamente a cratera se abriu O núcleo se escancarou Você me encarou E eu não sucumbi Te olhei de volta E em volta nada mais importava Eu exportava cada detalhe que chegava Parecia que eu olhava pro abismo O achismo foi mais relevante que a razão Eu que sempre me pautei na postura correta Bambeei quando vi que era tudo mentira A vertigem me fez cair em espiral Enquanto você seguia em linha reta