É tudo preto no branco, ou sangue no asfalto A cor da pele define quem morre no embate armado Guerra fria virou quente, os corpos tão no chão Explode uma bomba, queimando a ilusão Criança chora fome, engole pólvora e medo No gueto a cor define quem é alvo, sem segredo Mísseis cortam o céu, desenhando o inferno Presidente aperta o botão, fim do inverno eterno É o fim dos tempos, não tem salvação Explode a bomba, derrete a nação Chuva de fogo, desce do céu A morte dança no sangue cruel O que vale sua vida? Pergunta o fuzil Se a paz é só tinta borrada num papel infantil O hino toca, mas quem canta é a dor Soldado raso morre sem nome, sem cor Cidade cinza, cinzas no chão Queimando tudo, sem distinção O preço da guerra? Milhões no caixão Mas a elite brinda, champanhe na mão É o fim dos tempos, não tem salvação Explode a bomba, derrete a nação Chuva de fogo, desce do céu A morte dança no sangue cruel O relógio gira, contagem regressiva O planeta agoniza, sem chance, sem saída É cor, é guerra, é o fim da visão Quando a última lágrima secar no chão Tanques avançam, mas quem atira por nós? Se o mundo explode e só sobra a nossa voz? Papel e caneta, último testemunho Fim da humanidade, só restou o orgulho É o fim dos tempos, não tem salvação Explode a bomba, derrete a nação Chuva de fogo, desce do céu A morte dança no sangue cruel E no silêncio que sobra, o vento assovia O mundo acabou Mas ninguém ouvia É o fim dos tempos, não tem salvação Explode a bomba, derrete a nação Chuva de fogo, desce do céu A morte dança no sangue cruel