Estou no manicômio, batizado como um louco Cicatrizes e feridas tatuam em meu corpo Viagens pelo inferno estão gravadas nos meus sonhos O demônio está batizado, sugando o meu corpo As correntes são mentais, mas sangram igual aço No espelho, um reflexo quebrado grita em pedaços As vozes são preces ao contrário, um coro insano No silêncio, o mal ri frio, desumano Eu grito, mas ninguém escuta, só o eco me responde Nessa cela da mente, onde o tempo não se esconde Sou prisioneiro de mim mesmo, alma em combustão Louco, perdido, vivendo a maldição As paredes têm ouvidos, cochicham segredos mortos Meus delírios são filmes, sem roteiro e sem rostos Cada passo é um labirinto que me consome inteiro Sem saída, sem sentido, sem ponte, sem roteiro O céu é um teto rachado que ameaça cair E os anjos? Estão de costas, prontos pra fugir Minhas preces são blasfêmias, meus desejos, veneno Minha fé foi enterrada num buraco pequeno Eu grito, mas ninguém escuta, só o eco me responde Nessa cela da mente, onde o tempo não se esconde Sou prisioneiro de mim mesmo, alma em combustão Louco, perdido, vivendo a maldição Me chamam de insano, de maldito e marginal Mas ninguém sobrevive são num mundo tão irracional Se ser lúcido é se dobrar, prefiro o caos do meu jeito Com meus monstros abraçados, me mantendo de pé, imperfeito Estou no manicômio, mas não sou só eu aqui Cada olhar vazio é um universo a explodir E se a loucura é liberdade, então me deixa voar Pois na mente dos loucos, o mundo ainda pode mudar