Final foi decretado, direto das ruas de terra Depois da meia noite a lei da bala impera Soldado maquinado defendendo a quebrada Não tem cheiro de rosas, é só pólvora da quadrada Aqui o fim é certo, não tem como fugir Joga no meio do mato o verme que reagir Eu vejo no amanhecer, famílias de luto No calibre da militar mais um jovem no sepulcro Chuva só de balas, veja as marcas na paredes É o sistema se alimentando com sangue de inocente A madrugada é fria, pela vida se implora Menina de 15, levando tiro nas costas A justiça fico podre igual o sistema governamental Ontem o cara mato dois e hoje tá em condicional Nessa selva de concreto você caça ou caçado Por que é difícil sobreviver nesse campo minado No campo minado as balas não são de festim Não há esperança é só morte no fim Pistola automática e corpo no chão Morre um, dois, três sem qualquer compaixão Cuidado aonde pisa, o campo está minado Pela cor da sua pele você pode ser assassinado Eu vejo famílias de luto, chorando pelo filho perdido Pai de família morto, confundido com bandido O ódio predomina, o amor foi extinto Agora o abraço é frio igual ha dois estranhos distintos Faca na caveira é gambé fuzilado Não libero o gerente amanhece no pneu queimado Não sou marionete, luto contra o sistema racista Que transforma a dor em atração televisiva O sistema fornece arma pro pobre se matar Menos educação, droga pra se alienar O Ensino fundamental é privado da liberdade Por que caderno pra criança é porrada atrás das grades O legista faz a festa com corpo furado E a guerra continua nesse campo minado No campo minado as balas não são de festim Não há esperança é só morte no fim Pistola automática e corpo no chão Morre um, dois, três sem qualquer compaixão