Olhando para a avenida Várias pessoas caminhando Ninguém me vê sentado aqui Sou invisível para o mundo Vasculho restos deixados ali Pois a fome é um tormento sem fim Vários outros rodeados por ali Disputando as sobras na lixeira Mais um dia o Sol vai brilhar para mim Um dia isso tudo vai ter fim Um dia o Sol vai brilhar para mim Eu tenho fé e creio sim Ando entre pedestres e carros Em busca de alguns trocados Pessoas se irritam fácil E mandam eu parar de encher o saco Não sei como vim parar aqui Nem o porquê disso tudo agora Esse inferno parece nunca ter fim Passam-se os dias e é cada vez mais ruim Mais um dia o Sol vai brilhar para mim Um dia isso tudo vai ter fim Um dia o Sol vai brilhar para mim Eu tenho fé e creio sim A noite cai e a coisa fica preta Vários deles disputam a ceia De resto em resto a fome passa Agora o que nos resta É o chão frio da calçada Chão frio da calçada Dormindo entre as baratas