Viver é morrer Um pouco a cada dia Entre agonia e migalhas de alegria Viver é ser Forte todos os dias Lutando pelo pão de cada dia Lá na esquina eu vejo a menina Dando o troco da bala pro moço Lá do estádio eu ouço o frisson Da torcida comemorando o gol O atacante pedindo a bola Dá ni mim que eu resolvo Tanta alegria em meio a agonia Da sujeira largada no asfalto Eis a maneira burguês/grosseira De encobrir toda a pobreza Espalham-se muros por toda a cidade Segurança é a prioridade Corre o menino, negrinho franzino Cheio de medo de ser alvejado Infância querida, infância roubada Andando sozinho em plena estrada Pela TV ou pelas rádios Discursos bonitos são transmitidos Justiça selvagem, ganância cega Minha agonia é companhia certa Lá na esquina eu vejo a menina Dando o troco da bala pro moço Justiça selvagem, ganância cega Minha agonia é companhia certa Viver é morrer Um pouco a cada dia Entre agonia e migalhas de alegria Viver é ser Forte todos os dias Lutando pelo pão de cada dia