Convidado um dia Só por cortezia Fui a casa d'um Barão Um velhinho curvo De olhar já turvo Mas casado, com um peixão Para apreciar Com elle almoçar Um angú de quitandeira Lá fui, não pelo angu Mas pelos olhos da Baroneza faceira! Á medida que o angu descia Meu peito ardia Mas esse ardor Não era de pimenta Que qualquer agüenta Era só de amor Sobre a malagueta Credo! Não é peta Cálices de Paraty O velho entornava E a língua estalava Com um prazer que nunca vi D'ahui a boccado De olhar revirado Mette as ventas no meu prato Ah! Céos! Que carraspana Pobre velho, Já tinha amarrado o gato! À medida que o angu descia, etc Baroneza (eu digo) Veja que perigo O barão embiragado Ella então corando Os olhos baixando Sentar deixa-me ao seu lado! Ai! Que sobremeza Deu-me a Baroneza Na boquinha perfumada E o angu de quitandeira Só se acabou quando rompia a madrugada À medida que o angu descia Meu peito ardia mas esse ardor Não era da pimenta que qualquer aguenta era só de amor À medida que o angu descia Meu peito ardia mas esse ardor Não era da pimenta que qualquer aguenta era só de amor