Chimarrão me esquenta o peito
E o fogo grande me aquece
Num galpão véio grosseiro
Logo depois que escurece

Grita um sorro matreiro
No meio do unhal de gato
Enquanto uma jeada grande
Vai branqueando campo e mato

Campeiro da pura cepa
Vivo entre a terra e o céu
Dentro da minha bombacha
E debaixo do meu chapéu

Fogo grande bem aceso
Panela preta fervendo
De chapéuzito tapeado
Meu chimarrão vou sorvendo

Lá fora caindo forte
Pingo de chuva graúdo
E eu me escondo atrás da cuia
De um chimarrão topetudo

Campeiro da pura cepa
Vivo entre a terra e o céu
Dentro da minha bombacha
E debaixo do meu chapéu

Moro no fundo da grota
Num rancho meio grosseiro
De um charque bueno e bem gordo
Eu faço meu carreteiro

Murcia preta de porco
Linguiça cortado a faca
E eu engraixo a carneadeira
Numa costela de vaca

Campeiro da pura cepa
Vivo entre a terra e o céu
Dentro da minha bombacha
E debaixo do meu chapéu
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