Este véio par de esporas, a matungada respeita Por mais veiaco que seja, é pra já que ele se ajeita Se não se cortar na esquerda, vai se cortar na direita Meu par de esporas franzina, feito de aço forjado E no fogo foi templado, pronta pra enfrentar o perigo Quando um potro sai comigo, me fazendo um alvoroço Da paleta até o focinho, deixo relampeando osso Meu par de esporas chorona, de longe se ouve o tinido Cala dentro dos ouvido igual batida de marrão Sempre presa no garrão antiga com os dentes gastos Traste véio debochado dando dentadas no pasto Par de espora paxolenta temperada no rigor Os flecos do tirador às vezes proseia entoada Nos dias de gineteada faz até por desaforo Cortando clinas e pasto e alguns pedaço de coro Par de esporas com dois tentos Só correia e cabretilha sem argola e sem presilha Sempre alegre e te lindando quando eu saio me afirmando De um desses venta rasgado parece que sobre o pelo puxo uma grade travada Depois de eu firmar o servido crinudo não vai se embora Eu vejo meu par de esporas furando mesmo o que pulo Minha mistica charrua quando um potro sai gemendo Eu sinto o cheiro de aço e ferro se derretendo Na última campereada, seja lá por onde ande Me tragam pro meu Rio Grande pois aqui quero jazir Eu quero levar comigo meu par de esporas e chapéu Pra mim cortar alguns ventena na estância grande do céu Esta vaneira, véia, campeira Foi uma homenagem a todos domadores ginetes Desse mundão, véio, de Deus, tchê