Falam de amor com rosto fechado Pregam respeito, mas só de um lado Dizem que tudo é pra incluir Mas quem discorda tem que fugir Erguem verdades como muralha Chamam de erro quem não se cala Querem o mundo em uma versão Como se a vida fosse um padrão Ditam o certo, julgam o errado Quem pensa livre é cancelado Mas minha mente não tem patrão Nem meu silêncio está à mão Não vou vestir o que não me serve Nem repetir o que me persegue Se ser fiel é resistir Então é nisso que vou insistir Usam palavras como armadura Mas têm espinhos sob a doçura Chamam de paz o que é censura E de loucura, quem vê a altura Dizem que tudo é construção Mas só aceitam uma visão Quem vê diferente, é excluído Pelo tribunal do “bem fingido” Ditam o certo, julgam o errado Quem pensa livre é cancelado Mas minha mente não tem patrão Nem meu silêncio está à mão Não vou vestir o que não me serve Nem repetir o que me persegue Se ser fiel é resistir Então é nisso que vou insistir A liberdade virou vitrine Só pra quem pensa como define Mas se é de alma que a gente é feito Não me encaixo em molde perfeito Ditam o certo, julgam o errado Mas sigo firme, lado a lado Com quem defende o direito de ser Sem precisar se esconder Não vou calar pra ser aceito Nem me dobrar só por respeito Se a luz se esconde no fingir Prefiro a sombra do porvir