Há um corpo estirado, já é noite aqui Anarquistas fumando suas velhas leis Desvairadas no ato que o profeta ri Convencido que o reino aguardará você Olhando tudo de um jeito, sem medo de ir Pras calçadas gritar barbarizando o ar Da avenida, fachada de ilusões a mil Pessoas andando, vejo alguém te roubando Hei! Hei! Hei! Vejo alguém te roubando Hei! Hei! Hei! Na avenida, na avenida, na avenida O sinal tá fechado, transeunte ali Você fecha seu vidro pra se proteger O seu ar tá quebrado vem uma mão ali Te pedindo um centavo você quer esquecer Dá uma rodada no dial Vem uma voz e diz que Jesus tá chegando e vem pra te salvar O carro pifa na frente da igreja e vem pastor exorcizando Vem demônio baixando Só sai deixando um trocado Na avenida, na avenida, na avenida Vai baixando o download, o demônio, o salário Vai abrindo franquia da cruz do calvário E os semáforos vão sequestrando a infância São carros à prova de bala, à prova de bala até de criança Esperando a esperança, vivendo de vingança a menina, o menino E quem paga a fiança desses intestinos? O destino? Põe na conta do divino que eu assino sem terror Quando o ódio é inquilino, o medo é o fiador Vejo alguém te roubando Hei! Hei! Hei! Vejo alguém te roubando Hei! Hei! Hei! Vejo alguém te roubando Na avenida, na avenida, na avenida Só sai deixando um trocado